quarta-feira, 22 de junho de 2011

Motivações, receios e expectativas


*É difícil descrever o que espero desta experiência. É difícil saber o que espero – de Moçambique, do trabalho que me vai estar destinado e das actividades que vou desenvolver no terreno. Não consigo imaginar o que é “tocar na pobreza”, quais as suas cores, feitios e cheiros – embora já tenha estado envolvida em alguns projectos de voluntariado nacional, com crianças e sem-abrigo. Mas, agora é uma pobreza mais distante, mais desconhecida, mais avassaladora. É uma pobreza dominante, com a qual não só vou ser confrontada diariamente, mas na qual vou “viver” diariamente durante seis meses. Não vou ver mais senão pobreza até à linha do horizonte e isso é assustador. Tenho mil medos que crescem à medida que o tempo passa e o dia da partida para aquele continente (e para aquela pobreza) longínquo/a se aproxima. Como vão ser as saudades? E a malária, vou contraí-la? E o calor que não dá descanso? E as ausências? E os horários? E o trabalho? E as crianças? E a amabilidade do povo moçambicano? E a segurança? E as ausências? E as saudades? E as saudades, as ausências, a segurança… São tantas as questões às quais só os meus olhos e pele poderão dar resposta, no espaço de aproximadamente um mês!
Motivações? O dobro dos medos! Os desafios e recompensas desta aventura! A resistência às saudades, às doenças, às ausências, a habituação aos costumes diferentes, ao calor, à pobreza. ÁFRICA! As cores, os cheiros, os feitios! Mais do que tudo… o trabalho, a cooperação com as comunidades rurais, as actividades nas escolinhas! As CRIANÇAS! O Voluntariado.
As expectativas: um misto de um enorme pessimismo e de optimismo incomensurável! Espero uma experiência única, num país demasiado diferente de Portugal, para o bem e para o mal!
Joana F.


*Os meus receios estão relacionados com a vida no terreno. Apesar de já ter estado em África e de ter gostado e ter-me sentido bem. Acho que viver no terreno, é uma realidade completamente diferente. O meu maior receio é não aguentar, sentir que as vivências e a realidade onde intervimos são demasiado duras/fortes e de não ter capacidade para aguentar.
Mas ao mesmo tempo, estou com as expectativas altas, porque tenho consciência que vai ser uma experiência única, principalmente porque vamos estar em contacto com comunidades rurais no interior de Moçambique, e vamos trabalhar com elas. Porque vamos ver 'o novo mundo'. Porque dou valor ao projecto desenvolvido pela HELPO. E sobretudo, porque finalmente vou cumprir um sonho, viver em África, intervir numa comunidade e contribuir para o seu desenvolvimento!
Sara S.


* Textos escritos antes da partida para o terreno.

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