Quando me pedem para escrever ou falar sobre a minha viagem a Moçambique, para conhecer a minha afilhada e o trabalho da Helpo, o primeiro pensamento que me vem à cabeça é que “ Quero voltar!” Acho que isso só por si já exprime um pouco do que senti! E por muito que queira dizer algo diferente, acabo sempre por falar do que senti e provavelmente o meu relato acaba por ser semelhante a tantos outros, de pessoas que passaram pelo mesmo tipo de experiência… porque agora quando leio alguns desses relatos consigo sentir exactamente aquilo que tentam exprimir!!
Não consigo esquecer aquela menina com ar doce e envergonhado (a minha afilhada) que não me dirigiu uma única palavra… mas cujo olhar vou sempre lembrar! Não consigo esquecer a forma como fui recebida na comunidade da minha afilhada e noutras que visitei que me receberam como a madrinha que assume a cara de todos os padrinhos, que torna mais concreto um conceito que para eles é tão difícil de perceber. Não consigo esquecer o agradecimento tão forte que me foi endereçado e que não conseguia sentir como sendo merecedora.
Vou sempre lembrar o trabalho fantástico e difícil que é realizado todos os dias, com a maior dedicação, do Tiago, da Maria João e do Carlos, que todos os dias fazem o seu melhor e dão a cara pela Helpo no terreno!
Enfim... Não esqueço as caras, não esqueço as condições de vida que vi e que contrastam tanto com o que estamos habituados e tomamos como certo, mas também não esqueço a alegria de viver daquela gente, e por tudo isso digo: “Quero voltar”.
A Madrinha,
Isabel Baleia